segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Os cães de Babel", de Carolyn Parkhurst

Demoro sempre imenso tempo a escolher um livro. No dia em que comprei este livro, não foi diferente: tive mais de meia hora com dois livros na mão a tentar escolher qual levar. Quando, finalmente, me levanto ainda indecisa para ir pôr um livro de volta à prateleira e levar o outro reparei neste livro. Parei, li a contracapa e uma página ao acaso ainda duvidei mas acabei por pegar nele, esquecer-me dos outros dois livros ali mesmo e ir pagar. Não me arrependo.


"Isto é o que sabemos, aqueles de nós que podem falar para contar a história: Lexy não saltou. Os ferimentos que sofreu na queda, a maneira como os seus ossos quebraram e os danos provocados aos órgãos, o derrame fortuito do sangue na terra, disseram-nos isso. Mas talvez, e é aqui que sinto faltar-me a respiração, talvez ela se tenha deixado cair. Ela tinha a escolha do dia, e talvez naquele momento no cimo da árvore, ao olhar para baixo e ver o jardim, o mundo, a sua vida, estendidos por baixo dela, talvez tenha escolhido mergulhar neles de cabeça. Talvez tenha visto diante de si uma vida inteira a caminhar pela terra em ruínas e tenha escolhido antes um único momento no ar."