Há falta de palavras minhas, encontro-me nas dos outros.
"Mas, como todos sabiam, as mulheres amadurecem muito mais rapidamente que os homens e Maria - embora não passasse noites em claro a pensar nos seus conflitos filosóficos - pelo menos uma coisa sabia: não possuía aquilo a que o pintor chamava "luz" e que ela interpretava como um 'brilho especial'. Era uma pessoa como todas as outras, sofria a sua solidão em silêncio, tentava justificar tudo o que fazia, fingia ser forte quando estava muito fraca, renunciara a qualquer paixão em nome de um trabalho perigoso, mas agora, já perto do fim, tinha planos para o futuro e arrependimentos do passado - e uma pessoa assim não tem nada de "brilho especial". Aquilo devia ser apenas uma maneira de a manter calada e feliz por estar ali, imóvel, fazendo o papel de idiota.
'Luz pessoal. Podia ter escolhido outra coisa, como 'o seu perfil é lindo'.
Como entra a luz numa casa? Se as janelas tiverem abertas. E como entra a luz numa pessoa?"
"Mas, como todos sabiam, as mulheres amadurecem muito mais rapidamente que os homens e Maria - embora não passasse noites em claro a pensar nos seus conflitos filosóficos - pelo menos uma coisa sabia: não possuía aquilo a que o pintor chamava "luz" e que ela interpretava como um 'brilho especial'. Era uma pessoa como todas as outras, sofria a sua solidão em silêncio, tentava justificar tudo o que fazia, fingia ser forte quando estava muito fraca, renunciara a qualquer paixão em nome de um trabalho perigoso, mas agora, já perto do fim, tinha planos para o futuro e arrependimentos do passado - e uma pessoa assim não tem nada de "brilho especial". Aquilo devia ser apenas uma maneira de a manter calada e feliz por estar ali, imóvel, fazendo o papel de idiota.
'Luz pessoal. Podia ter escolhido outra coisa, como 'o seu perfil é lindo'.
Como entra a luz numa casa? Se as janelas tiverem abertas. E como entra a luz numa pessoa?"
"Onze Minutos", Paulo Coelho
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