sábado, 10 de janeiro de 2009

(Falta de) Liberdade

Liberdade
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada
O sol doira
Sem literarura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente natinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma
[...]
Fernando Pessoa

Com 12 capitulos, 256 páginas, dezenas de gráficos, esquemas e fórmulas geométricas de outros tantos compostos e um exame na terça-feira seguidos de outros 7 em 3 semanas(no mínimo, isto é, se não chumbar a nenhum, claro...) este poema não é propriamente aquele que deveria pairar na minha cabeça neste momento. Mas, enquanto as famílias, funções, constituição e carga eléctrica da fosfatidiletanolamina, fosfatioilinositol, fosfatidilserina, fosfatidilglicerol e afins me bailam diante dos olhos, não deixo de pensar o quanto este poema pode ser verdadeiro...
Mas também nunca ninguém disse o que é verdadeiro é o que está certo. Nem que, às vezes, o cinzento apaga a luz de todas as outras cores além de ser das cores mais difícieis de apagar. E os sonhos têm também o seu lado cinzento...

Nenhum comentário: