Talvez este fosse um daqueles dias em que ia passar a tarde toda a cuidar de mim. Em que perderia tempo a pensar no verniz que ia usar. Em que ia constatar que, de facto, a minha pele já teve melhores dias. E já agora o meu cabelo também. Em que iria estender o meu guarda-roupa todo em cima da cama, mexer em tudo, conjugar tudo, desfazer tudo, suspirar que "não tenho nada de jeito para vestir", remexer tudo outra vez, experimentar umas quantas coisas, juntar os acessórios à equação, voltar a suspirar e, por fim, lá escolher o que levar mais por exaustão do que por certeza. Depois ia tomar um daqueles banhos que insultariam qualquer ambientalista para depois passar à fase dos cremes, do vestir, do maquilhar, do pentear e do observar o resultado.
Afinal é uma ocasião especial. O reencontro com alguns dos meus "amigos-barra-colegas" do secundário. Ainda nem um ano se passou mas esse tempo soa-me a anos. Como se fosse um daqueles reencontros de colegas de escola que não se vêem a 20 anos. Afinal, já não estudamos as mesmas coisas, não temos os meus horários, os mesmos problemas, os mesmos "colegas-barra-amigos". As nossas vidas já não são iguais: temos de ter mudado. Temos necessariamente de parecer diferentes do que éramos há um ano atrás. E eu sei que eles me vão parecer diferentes: grandes, adultos, vividos. Na forma de vestir talvez, numa ligeira mudança da forma como falam, dos assuntos porque também não haverá tempo para muito mais. Se quisesse, se tivesse perdido a tal tarde a cuidar de mim, talvez também parecesse assim: grande, adulta, vivida. Não, é mentira. Nem a mim me conseguiria enganar. Iria sempre parecer igual. Porque as diferenças mesmo que as houvesse não seriam aos olhos deles...
Afinal é uma ocasião especial. O reencontro com alguns dos meus "amigos-barra-colegas" do secundário. Ainda nem um ano se passou mas esse tempo soa-me a anos. Como se fosse um daqueles reencontros de colegas de escola que não se vêem a 20 anos. Afinal, já não estudamos as mesmas coisas, não temos os meus horários, os mesmos problemas, os mesmos "colegas-barra-amigos". As nossas vidas já não são iguais: temos de ter mudado. Temos necessariamente de parecer diferentes do que éramos há um ano atrás. E eu sei que eles me vão parecer diferentes: grandes, adultos, vividos. Na forma de vestir talvez, numa ligeira mudança da forma como falam, dos assuntos porque também não haverá tempo para muito mais. Se quisesse, se tivesse perdido a tal tarde a cuidar de mim, talvez também parecesse assim: grande, adulta, vivida. Não, é mentira. Nem a mim me conseguiria enganar. Iria sempre parecer igual. Porque as diferenças mesmo que as houvesse não seriam aos olhos deles...
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