“O teu sucesso e a tua felicidade residem em ti.” (Hellen Keller)
Esta frase é para mim a frase mais cruel de sempre porque creio que o seu contrário é igualmente verdadeiro: "A tua infelicidade e o teu insucesso residem em ti.” E é das piores sensações do mundo quando nos apercebemos disso… Nada serve culpar os outros. Nada serve dizer que o mundo é injusto. Nada serve dizer que nunca temos sorte nenhuma. No fundo, sabemos que a culpa de termos falhado é apenas e só nossa. Nossa. Tal como a vontade de realizar os nossos sonhos. Sonhos esses que, sejam quais forem, nos hão-de levar à felicidade. Sim, porque toda a gente quer ser feliz. Seja de que maneira for, mesmo que seja através do seu sofrimento ou do sofrimento dos outros… Toda a gente quer ser feliz, é um facto, mas acho que nunca ninguém conseguiu dar uma definição clara. Uns dizem que existem apenas momentos de felicidade que são momentos de uma alegria extrema, outros dizem que a felicidade é uma consequência de uma elevada concentração de dopamina no sangue e de uma maior quantidade de um certo tipo de neurotransmissores. Não interessa. Acho que nunca ninguém conseguirá essa tal definição de felicidade. A felicidade é como o fracasso: varia de pessoa para pessoa. E daí também que os nossos sucessos e os nossos fracassos apenas possam depender de nós próprios. É muito bom saber disso em relação aos nossos sucessos mas em relação aos fracassos… Por que é que eu falhei? Porque me deixei influenciar por quem não devia? Porque que acreditei tão facilmente? Porque não me consegui concentrar o suficiente por estar a pensar em coisas que não deviam ser tão importantes para mim? Porque não sou bom(a) o suficiente? Porque não sou interessante o suficiente? Porque não me esforcei o suficiente? Porque o meu melhor não é suficiente? E, com estas perguntas todas, sentimo-nos pequenos, muito pequenos… Pisados pela nossa incapacidade. Esmagados pelo sucesso dos outros naquilo que fracassámos. E podemos ficar sempre assim. Tudo bem, sou um fracasso e depois? “Levanta-te!”, ordena uma vozinha dentro de nós, “Podes ser um fracasso agora, mas talvez possas fazer algo para o deixar de ser, não é?”. Percebemos que temos duas opções: continuarmos caídos no chão ou levantarmo-nos. E não interessa quão grande é o fracasso, temos sempre estas duas opções. E mais uma vez é uma decisão só nossa… Sempre. Temos sempre a hipótese de nos levantarmos, independentemente das vezes que já caímos, do quão estamos cansados e doridos… SEMPRE. Mas isto é muito bonito de se dizer, claro… Soa tão bem… E a coragem para o fazermos? E o medo de cair outra vez? Afinal, para quê levantarmo-nos se podemos voltar a cair? Pois, é verdade: podemos voltar a cair vezes e vezes sem conta. Podemos voltar a ser pisados. Podemos voltar a ser esmagados. Mas também podemos crescer com isso… Também podemos levantarmo-nos finalmente… Só que para isso temos que arriscar cair. E saber a diferença entre dois tipos de pessoas que estão ambas caídas no chão: uma pessoa sem coragem e uma pessoa tentou levantar-se mas voltou a cair… Mas podemos não cair. Quem nos diz que não conseguiremos triunfar se tentarmos levantar mais uma vez? Quem nos diz que não conseguiremos realizar, dessa vez, os nossos sonhos? Quem nos diz que não podemos ser felizes, seja lá qual for a nossa definição de felicidade? E quem nos diz que essa felicidade não será mais plena com as cicatrizes e os calos das quedas anteriores? Não sei… Mas sei que a felicidade, de facto, só depende de nós próprios. (In)felizmente…
2 comentários:
A felicidade é fugaz como a água a escorrer pelas mãos abertas... Mas a verdade é que a felicidade está ao nosso alcance se nós acreditarmos que sim, que ela é possível e que nas pequenas coisas ela nso alcança...
É a ambiguidade da vida resumida numa frase. A felicidade pode ser obtida por qualquer um, mas também o é a infelicidade.
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