quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tudo (errado)certo


Nunca fui muito de fazer desenhos. Sempre preferi escrever e ver nos desenhos dos outros aquilo que gostava de conseguir expressar se tivesse arte suficiente para isso. Mas também não se pode chamar à figura acima um desenho...
Foi simplesmente algo que me deu uma vontade enorme de fazer num intervalo para a hora de almoço. Num daqueles dias em que disse "bom-dia" tal como todos os outros, sorri tal como todos os outros, contei piadas tal como todos os outros, ouvi piadas tal como todos outros, suspirei pelas quantidades industriais de matéria tal como todos os outros.
Mas num daqueles dias em que está tudo errado. Em que dizemos "bom-dia" por dizer, sorrimos por sorrir, contamos piadas por contar, ouvimos piadas por ouvir, suspiramos por suspirar. Não há é ninguém para ver o que está errado tal como não há ninguém para ver o que está certo. E, assim, acaba tudo em dias de (errado)certo e dúvida...
Este desenho é, então, o ténue reflexo de uma semana em que tal como Álvaro de Campos dizia:

"Sim, está tudo certo.
Está tudo perfeitamente certo.
O pior é que está tudo errado."

(...)

Mas, está claro, está tudo certo...
E, excepto estar errado, é assim mesmo, está certo..."

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